Carta de um juiz de Direito a Ziraldo e a Jaguar

O Juiz de Espumoso (RS) escreve a Ziraldo e Jaguar, do extinto jornal 'O PAS-QUIM', comentando a aprovação da indenização e da aposentadoria em dobro paga com o nosso dinheiro aos humoristas, que 'sofreram muito' por terem sido presos durante uma semana na época dos governos militares.

Prezados Ziraldo e Jaguar:

Eu fui fã número 1 do PASQUIM (em seguida saberão por quê). Por isto me sinto traído pela atitude de vocês (Ziraldo e Jaguar). Vocês, recebendo essa indenização milionária, fizeram exatamente aquilo que criticavam na época: o enriquecimento fácil e sem causa emergente da e na estrutura ditatorial. Na verdade, vocês se projetaram com a Ditadura. Vocês se sustiveram da Ditadura. Vocês se divertiram com a Ditadura. Está bem, vocês sofreram com a Ditadura, mas, exceto aquela semana na cadeia - que parece não foi tão sofrida assim - nada que uma entrevista regada a uísque e gargalhadas na semana seguinte não pudesse reparar.A cada investida da Ditadura vocês se fortaleciam e a tiragem seguinte do jornal aumentava conside- ravelmente.

Receber um milhão de reais e picos por causa daquela semana, convenhamos, é um exagero, principalmente quando se considera que o salário mínimo no Brasil é de R$ 480,00 Por mês...  Vocês não podem argumentar que a Ditadura acabou com o jornal. Seria a mais pura mentira, se é que a mentira pode ser pura. O 'O Pasquim' acabou porque vocês se perderam.

O Pasquim acabou nos estertores da Ditadura porque vocês ficaram sem o motor principal de seu sucesso, a própria Ditadura. Vocês se encantaram com a nova ordem e com a possibilidade de a Esquerda dominar este país que não souberam mais fazer humor. Tanto que mais tarde voltaram de Bundas - há não muitos anos - e de bunda caíram porque foram pernósticos e pedantes. Vocês só sabiam fazer uma coisa: criticar a Ditadura e não seriam o que são sem ela. Eu vi o nº 1 de 'O Pasquim' num tempo em que não tinha dinheiro para adquiri-lo. Mais tarde, estudante em Florianópolis, passei a comprá-lo toda semana na Rua Felipe Schmidt, próximo à Rua 7 de Setembro, numa banca em que um rapaz chamado, se não me engano Vilmar, reservava um exemplar para mim. Eu pagava no fim do mês. Formado em Direito, em 1976 fui para Taió. Lá assinei o jornal que não chegava à papelaria do meu amigo Horst. Em 1981 vim para o Rio Grande do Sul e morando, inicialmente, em Iraí, continuei assinante.

Em fins de 1982 fui promovido para Espumoso e sempre assinante. Eu tenho o nº 500 de O Pasquim, aquele que foi apreendido nas bancas e que os assinantes receberam... Nessa época, não sei se lembram, o jornal reduziu drasticamente seu número de folhas. Era a crise. Era um arremedo do que fora, mas ainda assim conservava alguma verve. A Ditadura estava saindo pelas portas dos fundos e vocês pelas portas da frente, famosos e aplaudidos. Vocês lançaram uma campanha de assinaturas. Eu fui a campo e consegui cinco ou seis. Em Espumoso! Imaginei que se cada assinante conseguisse cinco assinaturas, ajudaria muito. Eu era Juiz de Direito. Con- venhamos: não fica bem a um Juiz sair vendendo assinatura de jornal. Mas fiz isto com o único interesse de ajudar o Pasquim a se manter. Na verdade, as assinaturas foram vendidas a amigos advogados aos quais explanei a origem, natureza e linha editorial do jornal. Uns cinco ou seis adquiriram assinaturas anuais. No máximo dois meses depois todos paramos de receber o jornal, que saiu de circulação. O O Pasquim deu o calote... Eu fiquei com cara de tacho e, como se diz por aqui, mais vexado que guri cagado. Sofri constrangimento por causa de vocês. Devo pedir indenização por isto?

Não. Esqueçam! Mas agora que vocês estão milionários, procurem nos seus registros e devolvam o dinheiro dos assinantes de Espumoso que pagaram e não receberam a assinatura integral. Naquele tempo vocês não tinham como fazê-lo. Agora têm. Paguem proporcionalmente, mas com juros e correção monetária, como manda a lei. Caso contrário, além de traidores, serei obrigado a considerá-los também caloteiros.'

Ilton Dellandrea

Juiz de Direito

Além da indenização milionária, a dupla passa a colaborar com o déficit da previdência, pois como o Lula, receberão a aposentadoria vitalícia em dobro ao limite estabelecido para quem contribuiu por 35 anos! Além do mais, os que contribuíram por 35 anos não têm direito ao reajuste integral da aposentadoria. Esse episódio das indenizações milionárias aos jornalistas do Pasquim é só mais um da série de escândalos em cascata que o País produz.

Parece que está em nosso DNA o ataque despudorado aos cofres públicos, a concepção de que o dinheiro público não é de todos, mas 'de ninguém', e que 'aos amigos tudo, aos inimigos a justiça’.

ACRESCENTO: Tudo limpinho, sem pagar Imposto de Renda.

Nota do Eubúlides: Concordo em gênero, número, grau e em tudo o mais que escreveu o Juiz. Como também sou da mesma geração, senti exatamente isso. O mesmo sentimento estende-se a outros notáveis aproveitadores do mundo artístico e jornalístico. Chafurdaram-se naquela época e hoje enlameiam-se na imundice que ajudaram a criar. Afora os demais aproveitadores e aqueles que faturam com essa vergonha.

Posted by FACÉCIAS DO EUBÚLIDES, sexta-feira, 21 de novembro de 2008 16:02 | 0 comments |

Sistema Nacional de Mobilização realiza sua primeira reunião em Brasília

SINAMOBE, sigla feia, mas de causa nobre: mobilizar o País em caso de agressões e ações internacionais em defesa de brasileiros

A primeira reunião do Comitê do Sistema Nacional de Mobilização (SINAMOB) aconteceu nesta quarta-feira, 19, em Brasília. O sistema foi criado pela Lei nº 11.631, sancionada em 27 de dezembro de 2007 e que dispõe sobre a Mobilização Nacional.

O Ministério da Defesa, órgão central do sistema, Ministérios da Justiça, Relações Exteriores, Planejamento, Orçamento e Gestão, Ciência e Tecnologia, Fazenda e Integração Nacional, Casa Civil, Gabinete de Segurança Institucional e Secretaria de Comunicação Social da Presidência são os 10 órgãos do Governo Federal que compõem o SINAMOB. Cabe ao sistema atuar de forma ordenada e integrada para realizar todas as fases da mobilização nacional em caso de agressão ou até mesmo em defesa de brasileiros no exterior.

Mobilização nacional significa planejar, orientar e empreender um conjunto de atividades destinadas a capacitar o País em casos de emergência de defesa territorial. As ações devem começar a ser desenvolvidas na situação de normalidade do País, para que não seja surpreendido com a carência de meios em uma situação extrema, e devem ser feitas de modo contínuo, metódico e permanente e deve ser utilizada como complemento à logística nacional.
Posted by FACÉCIAS DO EUBÚLIDES, quarta-feira, 19 de novembro de 2008 08:56 | 0 comments |

PMDB fecha as portas para Aécio em Minas

Executiva estadual edita Resolução que impede
filiação de detentor de cargo eletivo.
Objetivo é atingir Governador do Estado

Enquanto o PMDB nacional diz cortejar o governador Aécio Neves para seus quadros, de olho nas eleições presidenciais de 2010, o PMDB de Minas Gerais toma um caminho radicalmente contrário. Uma resolução aprovada pela executiva estadual na semana passada proíbe filiações de políticos com mandatos eletivos. A resolução tem como base o texto da bancada estadual na Assembléia Legislativa, onde concentra a maior resistência ao Governador e atende a outros interesses. E o alvo nao poderia ser mais certeiro: o governador Aécio Neves.

Aécio Neves, que encontra dificuldades dentro de seu partido para as suas pretensões presidenciais, terá de enfrentar José Serra, o tucanato e o dinheiro dos paulistas para vencer a convenção do PSDB e disputar a presidência da República em 2010. Além de Serra, há os interessados ind
iretos, como o ministro das Comunicações, Hélio Costa e alguns caciques que almejam o poder em Minas. 

Costa agiu diretamente nas eleições municipais e em alguns casos chega a ser apontado como o mentor das ações da Polícia Federal em mais de 100 prefeituras, pouco antes do pleito, sem que nada fosse comprovado ou encontrado de ilegal. Para alguns pre
feitos, teria sido uma ação apenas para provocar desgastes e municiar as oposições, a maioria do PMDB ou a ele ligado. Nada, porém, foi comprovado nesse sentido.

Para analistas, a saída para Aécio seria a mudança de partido e o mais cotado era o PMDB, o maior, numericamente, do País. Também a Executiva nacional, pelo menos de público, avalia que, com Aécio, a sigla poderia sustentar candidatura presidencial própria - tese defendida por aqueles contrários a uma eventual candidatura da ministra Dilma Rousseff (PT), também apoiada abertamente pelo presidente Lula. Mas o próprio PMDB dificulta, agora, essa opção.
O governador Aécio Neves, em viagem oficial pela Europa, disse ao jornal Folha de São Paulo que mantém boas relações com o PMDB, mas não pretende deixar o seu partido, o PSDB. O presidente do PMDB estadual, deputado federal Fernando Diniz negou que seja uma resolução "anti-Aécio". "Não tem nada a ver com Aécio", afirmou Diniz, também muito ligado à corrente de Hélio Costa.

A pedido de Serra, empresas paulistas teriam financiado Quintão, contra Lacerda

A briga nos bastidores da campanha presidencial envolve uma
 série de lances, nem sempre percebido a "olho nu". A quase "virada" do candidato Leonardo Quintão, na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, em cima do candidato do governador, 
Már
cio Lacerda, teria sido vitaminada por ações de José Serra, de olho no desgaste de Aécio.

José Serra, segundo fontes oficiosas, teria incitado as empresas paulistas ins
taladas em Minas a incentivar (financeiramente, inclusive), a candidatura de Quintão). A estratégia quase deu certo e por muito pouco Aécio não foi derrotado em seu próprio terreiro.

O Governador paulista conta com um arsenal poderoso para vencer as barreiras dentro e fora do PSDB para disputar a presidência. O seu principal inimigo, porém, mora ao lado e está sob o mesmo teto tucano: Aécio Neves. Menos desgastado, mais simpático e co
m caminho livre em várias frentes, mas com um arsenal menos explosivo que o corporativismo e o dinheiro paulistas.

Posted by FACÉCIAS DO EUBÚLIDES, segunda-feira, 17 de novembro de 2008 17:04 | 0 comments |

De terrorista a presidenta

Suposta “Folha Corrida” de Dilma circula pela internet com ações armadas e assalto a bancos
A ministra Dilma Rousseff continua em evidência, sempre ao lado do presidente Lula nas principais cerimônias por todo o País, inclusive com chefes de Estado, como ocorreu recentemente em Manaus. O presidente não esconde sua preferência pela ex-militante de grupos terroristas para sucedê-lo na presidência.
Dilma Rousseff participou de lutas armadas nas décadas de 1960 e 1970, com destaque para assaltos a bancos e invasões de quartéis.
Esta semana circulou pela internet uma suposta "ficha corrida” da Ministra, de seus tempos de militante de esquerda. A ficha apresenta ainda os codinomes que ela utilizava para despistar a Polícia: Luiza, Patrícia e Wanda, e é apontada como “terrorista” e “assaltante” de banco.

PPS e PSDB estudam fusão e tem o apoio
de Serra, de olho na presidência

PSDB e PPS discutem uma possível fusão das duas siglas, também reflexos da campanha presidencial que já começou nos bastidores políticos. Essa possibilidade foi o principal assunto durante um jantar que reuniu, na semana passada, membros das executivas das duas siglas, mais o governador de São Paulo, José Serra.
A fusão, que interessa de perto a José Serra, é defendida por congressistas dos dois partidos e tem o aval dos principais líderes do PPS, que temem o fim do partido, enfraquecido nas últimas eleições. Também pesa o risco de proibição de coligações proporcionais em 2010, que levam a bancada da legenda na Câmara dos Deputados, formada por 15 congressistas, a defender a fusão.
Posted by FACÉCIAS DO EUBÚLIDES, 15:13 | 0 comments |

O presidente negro

Difícil entender o silêncio da mídia compreensiva brasileira em torno assunto. Talvez seja pelo fato de Monteiro Lobato ter sido, e aainda o é, o mais nacionalista dos brasileiros, enquanto a imprensa é exatamente o contrário, a mais antinacionalista em todo o mundo. Ressuscitar esse que a deixaria na berlinda. O fato é que, há pouco mais de 80 anos, Lobato escreveu um livro, O Presidente Negro. Projeta uma eleição estadunidense envolvendo três candidatos: o negro, uma candidata e um candidato brancos. A cisão da sociedade branca em partido masculino e feminino possibilita a eleição do candidato negro. Perante o fato consumado, a raça branca engendra a esterilização da raça negra, camuflada num processo de alisamento de cabelos. As premonições do que hoje ocorre nos EEUU, não param por aí. Lobato prevê a invenção de um tipo de radiotransmissor de dados que possibilitaria o trabalho sem sair de casa, e o fim do jornal impresso porque as notícias serão enviadas diretamente para a casa dos indivíduos e aparecerão em caracteres luminosos numa tela: internet. Incrível semelhança com o que ocorreu e ainda ocorre nos Estados Unidos, mas que a imprensa brasileira teima em esconder para a grande massa.

LOBATO, APESAR DE SEU NACIONALISMO, era admirador dos Estados Unidos e ganhou o cargo de adido comercial da embaixada brasileira naquele país. Sua história, porém, causou mal-estar entre os estadunidenses, e ele voltou decepcionado para o Brasil. A divisão da raça branca, entre um candidato do Partido Masculino e uma candidata do Partido Feminino e um negro, define bem a vida dos americanos do Norte e o candidato negro pode muito bem ser comparado a Barack Obama. A candidata branca, a Hilary Clinton e o candidato branco a John McCain.

NÃO VOU CONTAR AQUI O DESFECHO DA OBRA, mas adianto que a raça branca se une para evitar que O candidato negro, (Obama?) assuma o poder. A obra impressiona ainda mais pela eloqüência dos personagens na defesa da eug enia. O sensível criador da boneca Emília faz uma argumentação extensa, na boca de vários personagens, das vantagens de leis que eliminem da sociedade surdos, mudos, deficientes, tarados, ladrões prostitutas e toda sorte de aleijados físicos e morais. Uma purificação racial levada às últimas conseqüências. A defesa da eugenia é tão efusiva e, em alguns momentos, despropositada que sugere fortemente ser um ideal nazi-fascista. Não foge muito da realidade camuflada na TV e tudo o mais. Monteiro Lobato - 1882 - 1948.

LOBATO FOI BANIDO DAS ESCOLAS e seu nome raramente é citado na imprensa brasileira, e muito menos na televisão, cuja obra é, por algumas vezes, limitada a alguma criação sem reverência ao criador.

NO CASO DO PRESIDENTE NEGRO, o silêncio em torno do assunto levanta suspeita, sobretudo quando se sabe que o papel da televisão brasileira vai além, muito além, do simples entretenimento e ou noticiário, já que informar é pedir demais, pois prefere explorar exaustivamente a desgraça humana, como no caso de Santo André e o assassinato da menina Eloá.

HÁ IMPUNIDADE TAMBÉM NOS CRIMES DA IMPRENSA, em particular pelas tevês. Um tipo de crime movido pela hipocrisia, pela estupidez e pela maldade, que só não é maior que o dinheiro que gera. No episódio mais recente, o de Santo André, a mídia foi e continua sendo o agente ativo dos acontecimentos. O desfecho só foi possível pela ação direta da cobertura ao vivo da TV sobre o seqüestrador, pela sua capacidade em entronizá-lo como uma rápida celebridade midiática (não mais efêmera do que qualquer outra), de transtorná-lo, de amplificar uma ação criminosa pueril e deixar o seqüestrador sem opções. Tudo, enfim, o que já é conhecido por quem acompanhou o caso.

O ASSUNTO É LONGO E COMPLEXO, mas seguida às especulações, escândalos, explorações, invenções e banalizações o desserviço da mídia vai muito além. Desvirtuando, inventando, manipulando, incentivando. É o caso do racismo. Fantasiada de estandarte do anti-racismo, a televisão, principalmente, é a primeira a incentivar a radicalização em torno do assunto, com sua superficial visão e seu noticiário bombástico, fantasioso e conduzido por robôs mal programados e sem preparo.
NO LUGAR DE APRESENTAR LOBATO e suas premonições de 80 anos atrás, a TV prefere explorar, literalmente, casos como esses e, repetidamente, mostrar, principalmente para os nossos jovens perdido em meio a tantos tiroteios casos como a gang de garotos brancos nos Estados Unidos. Esses, dizem as autoridades, arquitetavam um plano para matar Obama, o candidato negro. Incentivo maior para espalhar a moda, impossível.

CINISMO, IMPUNIDADE, EXPLORAÇÃO DE INCAPAZES, irresponsabilidade, indução ao crime, racismo, atentado ao pudor, manipulação de dados, falsidade ideológica etc., são alguns das centenas de crimes que nossa TV pratica hora a hora e nada acontece.

Se disserem mal de ti com fundamento, corrige-te. Do contrário, ri e não faças caso. Epictetus

Ao vencedor, as batatas
Dizem que a gente aprende mais nas derrotas que nas vitórias. Creio, não resta dúvida, na grande maioria das vezes essa filosofia popular faz sentido. Também é possível aprender com vitórias, embora seja bem mais complicado, exigindo muito do vitorioso. Mas o que chama a atenção nas vitórias são as camuflagens. Nem sempre o que leva é, de fato, um vencedor. Soa assim como não ganhou, deixou de perder. As eleições, de modo geral, são assim. Raramente o eleito reflete a vontade da maioria. Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, foi eleito e reeleito obtendo, em cada eleição, pouco mais de 30% do eleitorado. Com Lula não foi diferente e, em Montes Claros, agora, 40% dos eleitores venceram a vontade de 60%. Não É tirar os méritos do vencedor. Trata-se daquilo que chamamos de democracia. É assim há séculos. 400 anos Antes de Cristo, Platão já tratava do assunto. O governo do povo é uma idéia nobre quando o povo é bastante nobre para julgar com justiça o mais sábio e o melhor de seus cidadãos. Portanto, como filosofou Quincas Borba, ao vencedor, as batatas.

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CONFÚCIO NÃO ADMITIA que todos os homens fossem iguais; a inteligência não é um dom outorgado a todos. O que diferencia o homem dos outros animais é muito pouco – e a maior parte dos homens deita fora esse pouco. O maior bem será afastar dos cargos os ignorantes e escolher os mais sábios. O homem civilizado distingue-se do selvagem, principalmente pela prudência, pela previsão.

RESTAM A EXPECTATIVA e, se não um conselho, uma sugestão: que antes de assumir, se já não leram, leiam pelo menos quatro livros de dois autores que tratam de temas atuais. A Política e Ética a Nicômaco, de Aristóteles (384-322 a.C.) e, Dos Deveres, e Da República, de Cícero (106-43 a.C.). Platão, também, vem a calhar, sobretudo para aquela maioria quer perdeu seu voto ou que o desperdiçou anulando, em branco ou omitindo.

NUMA CAMPANHA EM QUE A CORRUPÇÃO foi um dos temas centrais, e no momento em que assistimos quase que diariamente à prisão de quadrilhas com a participação de agentes públicos e políticos, a leitura das obras recomendadas é quase obrigatória como lição de conduta para o homem público. São obras escritas há mais de 20 séculos e não é difícil descobrir o que há nelas de tão importante. Alguns trechos explicam: - “(...) nada prova maior submissão e fraqueza da alma que o amor ao dinheiro (...)”;_QUEM QUISER

GOVERNAR DEVE analisar estas duas regras de Platão: uma, ter em vista apenas o bem público, sem se preocupar com a sua situação pessoal; outra, estender suas preocupações do mesmo a todo o Estado, não negligenciando uma parte para atender à outra; e, (...) a palavra dada deve sempre refletir o que se pensa. (...) De todas as injustiças, a mais abominável é a desses homens que, quando enganam, procuram parecer homens de bem.

O CRÍTICO ALEMÃO WALTER BENJAMIN escreveu que a derrota era uma situação mais dialética do que a vitória. É uma espécie de alerta para as conseqüências da vitória e da derrota. O vitorioso, segundo ele, precisa assegurar seu controle sobre a situação, se protegendo e garantindo a posição conquistada. Com isso, tende a se instalar dentro da sua fortaleza e a repetir o que já deu certo. Tende a aprisionar-se à fórmula do sucesso. Não se renova. O derrotado, ao contrário, é forçado a rever o que não deu certo, precisa se renovar para não repetir seus erros. Benjamin diz, poeticamente: o derrotado precisa se banhar no sangue do dragão.O

VITORIOSO É ADMIRADO NO MOMENTO DA VITÓRIA, porém em seguida começa a ser visto com suspeita: bestamente envaidecido pelo sucesso. Pascal, pensador francês do século 17, já tinha observado que o público gosta de ver a luta, um vencendo o outro, mas não gosta de ver o vencedor tripudiando sobre o vencido.

MAQUIAVEL RECOMENDOU DAR UMA BANANA para ética e moral, e tratar a política tal qual é: a política malgré elle-même, apesar de si mesma. Fez da prática uma teoria, deixando de lado o quadro das idéias. Libertando a política da teologia e da moral, e observando a leitura da história real; substituindo o deve ser pelo o que é, assim como é. Fez escola.PARA O PENSADOR POLÍTICO ALEMÃO, Eduard Bernstein, um dos revisores de Karl Marx, o movimento é tudo, o objetivo é nada. A conquista do poder é tudo, o quê fazer, é nada; a conservação do poder é tudo, o programa é nada. E se movimento é tudo, ele é, também, o objetivo final; o mais, o resto, é nada. Tática e estratégia se fundem. O bom projeto perdeu para o bom nada, para o vazio.

PODER PELO PODER - Ainda nas observações de Bernstein, o fazer político que vale na prática, (as urnas comprovam), é o poder pelo poder, como meio e como fim. Os meios para a conquista do poder e sua conservação transformam-se em fins. E tudo o mais estará legitimado. O Agora, o que passa a valer é a manutenção do poder, projeto tão precioso que pode justificar a ausência de objetivo, ou a transformação do meio em fim. Tudo o que se fizer estará justificado, porquanto o novo Príncipe está armado dessas imunidades éticas. Os meios, quaisquer, estão justificados pelos fins, e não há fim mais legítimo do que a conquista e conservação do poder.

GANHAR PARA MUDAR TRANSFORMA-SE EM MUDAR PARA GOVERNAR. É a política reduzida às táticas, a política como técnica; é, nas palavras de Gramsci, a pequena política, a administração passiva do cotidiano em prejuízo das propostas estratégicas, a política do dia-a-dia, dos corredores, das intrigas, das negociações, do tráfico de influência, dos truques e das tramóias.
SÃO DUAS ÉTICAS, observou Max Weber. A ética do governante e a ética comum, dos indivíduos, e mais do que isso afirmou ainda que o governante não pode estar subordinado à ética do senso-comum, porque há uma ética do governante e uma ética, distinta, dos indivíduos, uma ética própria das religiões, uma ética própria do poder econômico-financeiro, uma ética própria dos Partidos etc. Para chegar ao ou manter o poder o Príncipe deve agir contra sua palavra, seus escritos, seus compromissos, que logo exortará os súditos a esquecer, como FHC pediu para esquecerem o que escreveu quando era sociólogo e Lula, o que disse e prometeu como metalúrgico e militante. A honestidade e a sinceridade não têm vez nesse jogo.
VITORIOSO, O ELEITO ESQUECERÁ SUAS PROMESSAS, valer-se-á da astúcia e da simulação para governar. Porque o Príncipe não pode observar todos os preceitos de que são súditos os homens considerados apenas bons, o comum dos homens. Das suas ações, o importante é o êxito. Por isso os meios que empregar serão adequados, se levarem ao bom êxito. E o poder das idéias, de Milton Campos, que se dane, cada povo tem o governo que merece e que elege.
Vi no céu outro sinal grande e admirável: sete anjos tendo os sete últimos flagelos, pois com esses se consumou a cólera de Deus. - Apocalipse 15.

Agente só sabe aquilo que não entende
Em Grande Sertão: Veredas, obra mestra da brasilidade, de João Guimarães Rosa, Riobaldo filosofa: Medo de errar sempre tive. Medo de errar é que é a minha paciência... E tem candidato por ai, pelo que se vê, lê e ouve, que não leu Guimarães Rosa e nem imagina Riobaldo. Não tem esperança e optou pelo medo, bem ao contrário do que apregoa na tentativa de ludibriar o cidadão. O candidato não tem vontade e muito menos projeto político. Nem um plano para o desenvolvimento do município. Como ele mesmo diz que mudou, que é um novo homem. Que a vida o fez mudar. O poder o fará mudar muito mais. E, como também nos diz Guimarães, no mesmo livro, A gente só sabe bem aquilo que não entende.REIVALDO CANELAPois é. E foi-se o Dr. Reivaldo. O Seu Reivaldo. O marido, o pai, o avô e tio Reivaldo. O amigo, escritor e poeta, Reivaldo Canela. Pegou a todos de surpresa. Para todos nós, foi muito cedo. Achávamos que ficaria mais tempo em nosso convívio nesta etapa de nossa existência. Acreditávamos que ainda tinha muito que nos ensinar. Mas ele não. Ele sentiu que sua missão estava cumprida e que estava na hora de novas missões, vendo a vida no ponto de vista da eternidade. Enxergava longe esse Reivaldo. E quem somos nós para discutir com ele!


REIVALDO CANELA I
Pois é. Nem faz tanto tempo assim, ele nasceu e chorava. E todos, à sua volta, sorriam. Agora, esperto como ele só, prega essa peça. Só ele sorri, todos choramos. Mas ele sabe o que faz, esse Reivaldo. Sempre fez certo. O certo dos espíritos elevados, nem sempre ao alcance de nossa visão às vezes com aquela miopia típica de espíritos aprendizes. E ele nos ensinou a enxergar muita coisa. Agora foi praticar seus dons em outras esferas, talvez mais carentes de visão do que nós.

REIVALDO CANELA II
Morreu imortal. E como diria o agora seu colega celestial, Victor Hugo, foi se abrumado pelos anos, abrumado de obras, abrumado da mais ilustre e difícil das responsabilidades, a responsabilidade da consciência humana advertida e retificada. Foi-se reverenciado pelo passado, abençoado pelo porvir. Sua maneira simples, seu jeito singelo, não foram capazes de impedir a sua soberba glória.

REIVALDO CANELA II
Reivaldo era mais do que um homem, um irmão, um filho, um marido, um pai, um avô, um grande poeta, um grande escritor. Um grande amigo. Uma grande fonte de inspiração. Uma sensibilidade capaz de amortecer o mais sólido dos corações. Era, e continua sendo, um ser humano no mais sublime dos significados. Exerceu sua função e cumpriu sua missão.

REIVALDO CANELA III
Sei não... Seu Reivaldo era muito reservado. Às vezes falava às coisas que nosso espírito imaturo demorava a captar. Sei que é cristão. Fiel e temente a Deus. E, mais do que isso, um cristão na prática. Não apenas nas palavras. Se acreditava na reencarnação? Na metempsicose? Creio que sim. E não sei de o porquê, tenho a impressão que se assim for da vontade Divina, já está paquerando algum lago, algum rio... quem sabe os mares e pensando seriamente em ser um peixinho. Já preparando algum poema, e proseando ali com São Francisco, com padre Antônio Vieira que sempre falaram para os peixes e seus profundos sermões, já que os homens tapavam os ouvidos. E os peixinhos, provaram os nossos santos. Sabem ouvir. E entender, o que é melhor.

REIVALDO CANELA IV
Aproveite, seu Reivaldo, diga aos seus amigos que este aqui não se esqueceu do compromisso. Aquele sobre o seu último livro. E vai cumprir, ok? Felicidades para você. Um abraço e um até breve. Ah!, aproveite, e na primeira oportunidade mande lembranças para a minha mãe, Dona Lourdes, pra Dona Helena, pro Reinilson, pro Cândido Canela, pra Dona Laurinda, pra Dona Julieta, e toda esta turma boa que já cumpriu sua missão por aqui e foi cuidar de outras maiores. Obrigado por tudo.

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Posted by FACÉCIAS DO EUBÚLIDES, sábado, 1 de novembro de 2008 13:34 | 0 comments |

A corrupção mãe

Para Enrique Dussel, um dos maiores filósofos e pensador contemporâneo, o primeiro passo de um corrupto é afastar o povo das decisões, centralizar as ações e só voltar a procurar a população quando dele precisar dos votos. Ao contrário, o político honesto, probo e bem intencionado, governa justamente ao lado e com o povo participativo, numa governança solidária.
Em seu livro 20 teses sobre Política, Dussel sintetiza com perfeição o que é corrupção. Ele deixa claro que as denúncias que envolvem roubo, uso da influência, malversação de verbas públicas, ilegalidades diversas no exercício da função pública, abuso etc. nada mais são do que a capa visível de um processo que é muito mais profundo.
POLÍTICA COMO FETICHE
Para Dussel, os corruptos, no exercício do poder consideram-se o centro e a sua sede. As ações que se seguem a essa idéia nada mais são do que conseqüências da grande corrupção. Para o filósofo, aquele que exerce ou pretende exercer o poder precisa saber, de forma clara, o que é o poder. Poder não é um espaço de dominação, como querem fazer crer ou como imaginam espertos políticos, coronelista, colonialista, racista, exclusivista, centralizadores. Quando o poder é usado com essa conotação, de domínio sobre o outro, deixa de ser política e vira um fetiche.
CORRUPÇÃO MÃE
O filósofo diz que é preciso que as pessoas pensem sobre a corrupção-mãe, aquela que se esconde nos estúpidos atos ilícitos, na demagogia, na hipocrisia, no fingimento. É aquela representada, mormente, pelos que já ocuparam e pretendem retornar ao poder, e já respondem a inúmeras denúncias de corrupção, com processos na justiça, com alianças fraudulentas e acham-se no direito de continuar cometendo seus crimes sem nenhuma punição.
A GRANDE POLÍTICA
A política como grande política, segundo ainda Dussel, se expressa numa outra forma de exercer o poder: não como dominação, mas como poder que ouve e segue os governados. Ou seja, o político, para não ser corrupto, precisa saber que está representando uma gente que o elegeu e que, neste estado de representante do povo, precisa fazer o que o povo lhe ordena que seja feito. Não está nele o poder de fazer o que lhe dê na telha. Essa é a corrupção: quando o político pensa que, investido do poder, pode fazer o que quiser. Não pode! Há que ouvir e obedecer a população.

A omissão é um pecado que se faz não fazendo

Passados quase 4 séculos Padre Antônio Vieira ainda evidencia extraordinária atualidade. No ano de 1650, no Sermão da Primeira Dominga do Advento, Vieira exorta sobre os pecados da omissão e do voto, momento dramático que define entre bons e maus e as conseqüências na vida das pessoas, da cidade e ao arbítrio de Deus. Do passo mal dado procede os desmazelos, os desmandos, a corrupção, a improbidade que o eleitor carregará para sempre como pecado da responsabilidade omissa e fraudulenta. E já que estamos na antevéspera de uma eleição, convém também lembrar Tiago 4.17: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado. O voto pelo descaminho, pelo mal é, portanto, um duplo pecado. Pecado contra os céus e pecado contra os homens. Aos céus porque, mesmo conhecendo o bem, escolhe o mal. Contra os homens, pois resulta em grandes desastres nas vidas das pessoas e das cidades e que dificilmente serão reparados. O Pecado da omissão é conseqüência da falta de comprometimento para com o bem. Como nos alerta do Papa João Paulo II: democracia não se sustenta sem a verdade. Verdade e liberdade, ou vão juntas ou perecem miseravelmente. E a verdade está sempre do lado do bem. E conhecer o lado do bem, e não segui-lo, é o pecado da omissão e esse é o pecado que com mais facilidade se comete, e com mais dificuldade se conhece; e o que facilmente se comete e dificultosamente se conhece, raramente se emenda. A omissão é um pecado que se faz não fazendo.

Para o triunfo do mal, basta que os bons façam nada. (Edmond Burker)

Se para Churchil o pior dos sistemas de governo é a democracia, mesmo não existindo outro melhor, ao longo da história a experiência tem sido catastrófica em alguns casos, desde a época em que Atenas, na Grécia, experimentou pela primeira vez o governo do povo para o povo. O próprio símbolo grego, Sócrates, foi vítima da inconsciência pública via democracia. Meio milênio depois, outra vítima foi Jesus Cristo. Isso para citar apenas dois vultos indeléveis para a humanidade. A democracia também foi a responsável pela chegada ao poder de déspotas como Adolfo Hitler e outros grandes criminosos históricos. Platão, o senhor dos senhores no pensamento humano, defendia um governo de sábios. As pessoas são diferentes, não são iguais. O governo do povo é uma idéia nobre, quando o povo é bastante nobre para julgar com justiça o mais sábio e o melhor de seus cidadãos, apregoava. E isso falta ao cidadão para desempenhar sua tarefa. Na Câmara dos Deputados, o exemplo mor de insensatez e descalabro, por reunir maior número, não há um só parlamentar que lá não esteja amparado pelo sufrágio universal. Todos foram eleitos pelo voto. Pelo povo, seja lá como for. É o resultado da democracia brasileira. Confúcio, predecessor dos grandes filósofos, timoneiro da sabedoria oriental, não admitia que todos os homens fossem iguais; a inteligência não é um dom outorgado a todos. Em vez de apenas candidatos a um governo exercido por uma sociedade de debates, temos candidato formado pelo dinheiro, por grupos financeiros, corporativista, associações indecorosas, pânicos. É preciso agir. Uma hora de justiça vale muito mais que 70 anos de oração. (Maomé).
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A corrupção mãe

Para Enrique Dussel, um dos maiores filósofos e pensador contemporâneo, o primeiro passo de um corrupto é afastar o povo das decisões, centralizar as ações e só voltar a procurar a população quando dele precisar dos votos. Ao contrário, o político honesto, probo e bem intencionado, governa justamente ao lado e com o povo participativo, numa governança solidária.
Em seu livro 20 teses sobre Política, Dussel sintetiza com perfeição o que é corrupção. Ele deixa claro que as denúncias que envolvem roubo, uso da influência, malversação de verbas públicas, ilegalidades diversas no exercício da função pública, abuso etc. nada mais são do que a capa visível de um processo que é muito mais profundo.


POLÍTICA COMO FETICHE
Para Dussel, os corruptos, no exercício do poder consideram-se o centro e a sua sede. As ações que se seguem a essa idéia nada mais são do que conseqüências da grande corrupção. Para o filósofo, aquele que exerce ou pretende exercer o poder precisa saber, de forma clara, o que é o poder. Poder não é um espaço de dominação, como querem fazer crer ou como imaginam espertos políticos, coronelista, colonialista, racista, exclusivista, centralizadores. Quando o poder é usado com essa conotação, de domínio sobre o outro, deixa de ser política e vira um fetiche.


CORRUPÇÃO MÃE
O filósofo diz que é preciso que as pessoas pensem sobre a corrupção-mãe, aquela que se esconde nos estúpidos atos ilícitos, na demagogia, na hipocrisia, no fingimento. É aquela representada, mormente, pelos que já ocuparam e pretendem retornar ao poder, e já respondem a inúmeras denúncias de corrupção, com processos na justiça, com alianças fraudulentas e acham-se no direito de continuar cometendo seus crimes sem nenhuma punição.


A GRANDE POLÍTICA
A política como grande política, segundo ainda Dussel, se expressa numa outra forma de exercer o poder: não como dominação, mas como poder que ouve e segue os governados. Ou seja, o político, para não ser corrupto, precisa saber que está representando uma gente que o elegeu e que, neste estado de representante do povo, precisa fazer o que o povo lhe ordena que seja feito. Não está nele o poder de fazer o que lhe dê na telha. Essa é a corrupção: quando o político pensa que, investido do poder, pode fazer o que quiser. Não pode! Há que ouvir e obedecer a população.

A omissão é um pecado que se faz não fazendo
Passados quase 4 séculos Padre Antônio Vieira ainda evidencia extraordinária atualidade. No ano de 1650, no Sermão da Primeira Dominga do Advento, Vieira exorta sobre os pecados da omissão e do voto, momento dramático que define entre bons e maus e as conseqüências na vida das pessoas, da cidade e ao arbítrio de Deus. Do passo mal dado procede os desmazelos, os desmandos, a corrupção, a improbidade que o eleitor carregará para sempre como pecado da responsabilidade omissa e fraudulenta. E já que estamos na antevéspera de uma eleição, convém também lembrar Tiago 4.17: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado. O voto pelo descaminho, pelo mal é, portanto, um duplo pecado. Pecado contra os céus e pecado contra os homens. Aos céus porque, mesmo conhecendo o bem, escolhe o mal. Contra os homens, pois resulta em grandes desastres nas vidas das pessoas e das cidades e que dificilmente serão reparados. O Pecado da omissão é conseqüência da falta de comprometimento para com o bem. Como nos alerta do Papa João Paulo II: democracia não se sustenta sem a verdade. Verdade e liberdade, ou vão juntas ou perecem miseravelmente. E a verdade está sempre do lado do bem. E conhecer o lado do bem, e não segui-lo, é o pecado da omissão e esse é o pecado que com mais facilidade se comete, e com mais dificuldade se conhece; e o que facilmente se comete e dificultosamente se conhece, raramente se emenda. A omissão é um pecado que se faz não fazendo.


Para o triunfo do mal, basta que os bons façam nada. (Edmond Burker)
Se para Churchil o pior dos sistemas de governo é a democracia, mesmo não existindo outro melhor, ao longo da história a experiência tem sido catastrófica em alguns casos, desde a época em que Atenas, na Grécia, experimentou pela primeira vez o governo do povo para o povo. O próprio símbolo grego, Sócrates, foi vítima da inconsciência pública via democracia. Meio milênio depois, outra vítima foi Jesus Cristo. Isso para citar apenas dois vultos indeléveis para a humanidade. A democracia também foi a responsável pela chegada ao poder de déspotas como Adolfo Hitler e outros grandes criminosos históricos. Platão, o senhor dos senhores no pensamento humano, defendia um governo de sábios. As pessoas são diferentes, não são iguais. O governo do povo é uma idéia nobre, quando o povo é bastante nobre para julgar com justiça o mais sábio e o melhor de seus cidadãos, apregoava. E isso falta ao cidadão para desempenhar sua tarefa. Na Câmara dos Deputados, o exemplo mor de insensatez e descalabro, por reunir maior número, não há um só parlamentar que lá não esteja amparado pelo sufrágio universal. Todos foram eleitos pelo voto. Pelo povo, seja lá como for. É o resultado da democracia brasileira. Confúcio, predecessor dos grandes filósofos, timoneiro da sabedoria oriental, não admitia que todos os homens fossem iguais; a inteligência não é um dom outorgado a todos. Em vez de apenas candidatos a um governo exercido por uma sociedade de debates, temos candidato formado pelo dinheiro, por grupos financeiros, corporativista, associações indecorosas, pânicos. É preciso agir. Uma hora de justiça vale muito mais que 70 anos de oração. (Maomé).
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